quinta-feira, 5 de maio de 2011

Os sinais do progresso

A renda dos brasileiros aumentou: O novo desafio é arrumar emprego
Kiko Ferrite

Aeronave em construção na Embraer: presença forte no mercado mundial

Para se consolidar como nação industrial, o Brasil levou cinqüenta anos. E teve apenas uma década para se inserir na economia global. Nesse período, milhões de pessoas foram demitidas por não se adequar às novas exigências do mercado de trabalho. O operário viu a instalação do tear a jato, quinze vezes mais rápido que a máquina tradicional. No escritório, gerentes foram substituídos por softwares e uma loja funciona hoje com a metade dos caixas em decorrência da adoção dos códigos de barras. Como se não bastasse o facão, 1 milhão de empregos precisam ser criados todos os anos para abrigar os jovens que chegam à idade de trabalhar. Esse processo, que é irreversível na opinião dos especialistas, se faz acompanhar de dois aspectos notáveis.
O primeiro é que, ainda que em ritmo menor que o desejável, a população está colhendo uma parte dos frutos da mudança na forma de aumento de renda e acesso a serviços. Na média, o rendimento dos brasileiros cresceu 25% nos últimos sete anos, depois que a inflação foi controlada. A oferta de bens se ampliou. No fim da década de 80, havia 20.000 produtos disponíveis nas prateleiras dos hipermercados. Esse número triplicou. Em apenas quatro anos as empresas privatizadas entregaram 21 milhões de celulares e 26 milhões de telefones fixos. Nos 25 anos anteriores de monopólio estatal só haviam sido instalados 22 milhões de telefones fixos. O número de residências equipadas com geladeira subiu 70%. O segundo aspecto diz respeito à mudança na imagem do Brasil perante o mundo. Ao fim do processo de abertura, 80% das 500 maiores empresas mundiais já fincaram sua bandeira no país. O movimento também está ocorrendo no sentido inverso. Um exemplo é o da Embraer, que montou quatro fábricas no exterior, adquiriu a maior oficina de conserto de aeronaves dos Estados Unidos e conquistou uma fatia considerável do mercado mundial da aviação comercial
uma façanha, levando-se em conta que esse setor é dominado por potências como a Boeing e a Bombardier.


Fonte: Revista Veja

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